AGOSTO 2010

cafésolo

quarta-feira, 29 de julho de 2009

« ONLY WE KNOW HOW »



____________________ Para o João Mascarenhas (Joka prós amigos)

As setas indicam o sentido, vou à “descoberta” dessa livraria
rara e vadia, como um gato sem cama onde pousar.
Entro nas galerias, percorro os cartazes da vertigo store,
mas antes, reencontro um velho amigo,
daqueles que nos acompanha desde o tempo
que os grilos reinavam em recitais de verão.
O tempo voa, constatamos.
Não estamos carecas, é certo, mas é inegável perceber
que longe vão os tempos daquela
“guerra” de ameixas no teu quintal.

Hoje sei, que esses momentos que vivemos numa infância
longínqua, nos consolidaram, nos fizeram identificar com as raízes
que comungamos de uma mesma terra que nos viu nascer.
Sinto saudades desses tempos, em que entravamos na tasca,
afastando as fitas (espanta moscas) em busca desse laranjada
ou gasosa refrescante, servida a granel pela garrafa,
que muitos nunca saberão o que significa,
a não ser pelas histórias retratadas desse tempo.

A nossa biografia corre e vê-nos crescer atentamente,
olha-nos de frente e faz-nos sorrir, no reencontro
de pontos de vista e outras afinidades.
Para nunca, ficarão esquecidas aquelas noites
dos jogos de mímica, das risadas que nos colavam
os estômagos à boca escancarada (no jardim municipal),
até altas horas da madrugada.

Sabes tanto quanto eu que a vida é isto, que não nos resignamos
a encolher os ombros, ambicionando sempre mais do que apenas
um acrescentar de anos à nossa (porque não, já) remota carcaça.


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3 comentários:

  1. :)

    Guerra de ameixas, de pinhas, de torrões de terra e uma vez ou outra quando nos zangavamos uns com os outros de pedras. Cabelos esgranhados ou cabeças rachadas, amigos logo no dia seguinte. Por falar em rir à gargalhada há uma fotografia em que estamos os dois de boca aberta, cheia de pão, a rir como perdidos em casa do Salgado. Tenho cá grandes amigos, mas é com os de Macedo que mais em casa me sinto. Não sei se acontece com todos mas comigo sim, é com os amigos de infancia, mesmo que as vezes passe 1 ano sem os ver, que posso fazer as figuras mais tristes sem me sentir embaraçado. A verdade é que quando estamos juntos é impossivel não nos estarmos sempre a rir e depois de uns copos valentes não há postura que aguente. Grande abraço.

    Joca

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  2. É verdade "velhote", rir foi e é sempre o melhor remédio.
    Eu comungo da tua opinião, de facto, apesar de ter muitos amigos na "metrópole", jamais terão a proximidade dos amigos do “campo”, pois nunca me viram dar "malhos" de “bicla”, como os comparsas da nossa "homeland".
    Isso jamais alguém poderá apagar!
    E só nós mesmo sabemos quanto vale essa nossa feliz infância!

    Este poema é teu Joca!

    Grande abraço!

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