AGOSTO 2010

cafésolo

segunda-feira, 20 de julho de 2009

HERANÇA DOS DIAS



Ficaram cravadas essas energias idas,
milhares de existências pareciam compactuar
na libertação de fluidos em forma de fumos,
um vapor que se desprendia dos corpos
em aparente combustão.

O corpo parece não querer responder, vive numa
sintonia compactuada com o ego, saudosismos
de um memorial transformados em cromos de caderneta
que se colam nesse velho livrinho género almanaque.
Coleccionas religiosamente esses momentos que julgas
serem os mais felizes desta tua passagem intensa e extemporânea.

Sabes que não existem receitas possíveis nesta miragem.
Acalentas resistir à pressão deposta sob um esqueleto
moldado nesses fragmentos sucumbidos na luz dos dias.
Apenas a tua índole se mantém intacta, sem mazelas,
ressuscita em cada pulsar desse motor efémero,
em cada olhar trocado à custa do acaso,
no instantâneo reencontro das pretensões,
supostamente herdadas e colhidas em tempo útil.



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