AGOSTO 2010

cafésolo

quinta-feira, 16 de junho de 2011

à largura do chão
















Hoje o dia acordou cinza.
É uma espécie de alçapão
aberto no céu. São estas

águas quem mais nos des-
acerta o passo [já por si] lento,
dir-se-ia: arrastado, até.

Lento como o olhar arrastado
para além da espessura rude
do cimento molhado, esse odor  


               [marcado à largura do chão.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

façamos de conta















Façamos de conta por exemplo: um
amor. A sua estrutura ou magnitude,
numa chama impossível de alcançar: 
um enigma difícil de circunscrever óbvio
(para não dizer mesmo impossível).

Finjamos a ternura tenra da carne.
Os jardins abertos em tempos idos, dias
perdidos entre a doçura tímida de uma
virgindade perdida como «as obrigações
de um tesouro» tão difícil de prosperar.


Façamos de conta [ou a conta] hoje,
que o céu ficará para sempre cor carne.
Depois, rendamo-nos às evidências &
entreguemo-nos [pois então] às falsas
declarações, ou à ideia de 1 reembolso.

>>>>>>>>>>>>[por fim aguarda-se
{pelo suposto} montante do apuro].