AGOSTO 2010

cafésolo

terça-feira, 30 de junho de 2009

PARA LÁ DO MARÃO



Pasmados ficam os olhos que te miram,
Com tuas curvas verdejantes inundas fotografias,
E mais do que tudo quanto em ti sentiram,
Sobressaem recordações das tuas sinfonias.

O tempo em ti pára e corre paulatinamente,
Tal como balbuciar de um velho carente...
Mas o sorriso da tua expressão,
Convida sempre ao regresso que jamais será vão…

Os teus odores e brisas matinais são envolventes,
A tua paleta de cores, é um quadro em mutação,
As tuas serras e vales por onde brotam nascentes,
São fontes rejuvenescidas carregadas de emoção.

Ao ver os rostos das tuas próprias gentes,
Sinto o conforto sublime de um regresso a casa…
Num esgotar de emoções, palpitações e gestos carentes,
Envoltos num lume terno que se acende... E se mantém em brasa…

Tantos filhos teus viste nascer,
Para no momento a seguir os veres partir,
Foste elo principal nas suas formas de viver,
E nas suas conquistas, voltas a sobressair.

Ó terra de mil e tantos encantos,
Apaixonas quem em ti certo dia mergulhou!
Adoçaste bocas a forasteiros e outros tantos,
Que nas tuas entranhas e manhas, se edificou…


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CARNE E OS OSSOS



Queria pedir-te…
Nada! Apenas que olhasses para mim e me visses assim,
Quero a tua atenção, que me olhes nos olhos, frente a frente.
Que sentisses que te olho, que te observo
sem que tu, me vejas olhar.

Que visses dentro da alma e me dissesses
se sou terno, meigo ou frio…
Nunca te disse adeus!
E no entanto haveria tanto para te dizer,
tantos momentos partilhamos que

agora são meros conteúdos vazios,
como garrafas bebidas num frenesim,
em busca de um esquecimento também ele vazio.
Talvez, aos teus olhos, as palavras sejam meras ruas,
de uma cidade perdida

e abandonada num continente qualquer,
e não faz mais sentido percorre-las afinal
se se perdeu o sentido da orientação,
mas as feridas que ardem,
curam ao mesmo tempo os maus momentos,

então decidimos que não voltamos
a degustar tal néctar amargo...
Desejei servir-te uma taça de vinho,
cor rubi encantado pelo tempo,
voltar a sussurrar-te ao ouvido, lembrar-te

que afinal o sabor não era tão mau assim.
Ó pobre de mim! Se me lamento?
Não sei se será esse o meu tormento,
nem tão pouco consigo perceber
porque te escrevo assim.

Sei que neste mesmo instante,
não queria que me olhasses,
dentro da capa fria e arrogante que vestes.

Joguei as cartas na mesa
e tinha quase a certeza,
que não havia ganhar ou perder,
houve sim, um extremar de emoções
um travar de razões,

mas quando dei por mim…
Estava então agarrado às lembranças e guerras,
às danças de toda uma vida…
Não quero pedir-te nada!
Apenas que não me olhes com teus olhos de dor,
que me vejas sem rancor e que me observes afinal,
tal e qual eu sou,
Se estou triste ao falar-te assim?
Talvez não saiba afinal o que significas para mim…
Ou então, talvez seja um mero devaneio da imaginação,
sei que na verdade este sentimento que me invade,
talvez seja uma dor que me mói…
e de mansinho me destrói,
dor que não se vê, aos olhos comuns,
e que apenas se sente na carne de alguns…


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ALEGRIA



Felizes daqueles que te vêm sorrir
não tens nem ideia até onde vão,
Olhares que se trocam a custo de nada
esbanjados são beijos que nunca se dão…

Na pele macia transportas a luz
iluminando o trilho que vais pisando,
absortos idiotas posam mirando,
extasiados no charme que tanto os seduz…

Vais semeando afectos avulso,
sem que na verdade
realmente dês conta,
a tua personagem também não desmonta,
tamanhos cenários de simplicidade…

Alegre prossegues tua biografia,
escrita de forma tão comprazida,
ninguém sabe ao certo o rumo da vida,
deglutindo apenas, meras fantasias,
de viver uma vida... Repleta de alegrias…


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ARREPIO



Fartei-me dessa espera, das palavras
pois sinto que nunca serão proferidas,
preferes o teu jogo das escondidas,
deixando que o tempo passe devagar…
Não, não me estou a lamentar, mas antes
a tentar esquecer, que esses canivetes furam
e calam meus sonhos, de forma tão letal.


Fartei-me de ouvir os conselhos
que me remetem para caminhos velhos
àqueles que tu me induzes também,
Estou exausto de escrever,
sinto o sangue a correr
mas tenho o espírito enfraquecido.

Fartei que não me repares,
nesse teu jogo de olhares
tímidos e sem convicção.
Fartei-me que não me sintas mais,
que não me escutes nas entrelinhas,
estou farto destas palavras mesquinhas,
que a outros fartarão também…

Vem... se estiveres a fim
e aprenderes a te aceitar,
estarás mais perto de mim,
terás na pele esse vibrar,
sublime e resplandecente,
deste amor,
tão fiel, de arrepiar…


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segunda-feira, 29 de junho de 2009

A MINHA TORRE



Estou de volta à minha torre,
onde voam meus cabelos longos,
fascinados em curvas,
são ondas de um mar sereno,
bailando ao som de uma brisa
que me visita, bem lá no alto
da minha fortaleza encantada,
nela vivo meus sonhos de fada,
inventando a vida, por tudo e por nada...

No meu castelo imaginário,
sou tudo que te vai na alma,
sou mais que um belo cenário, sou a fauna,
de uma floresta virgem perdida,
no recôndito canto
mais agreste e escondido do mundo.

No meu forte, sou eu e a sorte
de um destino que me viu nascer,
num poema ressalvo meu crescer,
viagem do imaginário que talvez exorte,
ao meu voo, nas asas de um falcão,
que rasa bem perto da tua mão
desaparecendo em segundos sem se fazer notar…

Eis a minha maior segurança,
a minha pátria o meu pão,
aquela morada a quem a razão
chama de império da esperança,
meu lar, minha mansão,
meu canto sagrado, meu chão,
onde eu sou eu,
na minha imensidão…

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LUZ




Intermitente por entre as pálpebras,
vens chegando mansa e relutante,
vou despertando de um sono breve,
ouço o uivar da brisa leve,
de um Verão quente e seco,
que chega ao entardecer…

Entre o cansaço que me invade,
e o reino da tua luminosidade,
quero ir ao teu encontro…
Voar nas asas de um pássaro audaz…
Ao mesmo tempo quero ser,
um gato meigo e dorminhoco,
trôpego e bacoco,
que não troca o seu sono pela tua luz…

Oh! Como me seduz
a tua força revigorante
capaz de quebrar o semblante
triste e negro de uma viúva,
onde tu assentas que nem uma luva,
tal como vigoras na raiz de uma planta,
que no teu aconchego se encanta,
em cada palpitar,
a cada amanhecer…

Volto a adormecer… e ao novo despertar,
vou-me tentar enamorar da tua luz
que tanto me encanta,
e a outros espanta.
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OLÁ! SEJAM BEM VINDOS!



INTRO



Cheguei ao planeta terra há breves momentos, vim experienciar novas emoções, sensações e toda uma panóplia de experiências terrenas, materialistas, efémeras...
Todos nós estamos de passagem por cá!
Eu? Sou apenas mais um! Num mundo repleto de vivências possíveis e impossíveis, previstas e imprevistas, justas e injustas...
Todas as experiências terrenas, não passam senão, de meros momentos que nos propiciam crescer como seres inteligíveis que somos.
Há que ter a inteligência de saber aplicar a importância relativa às coisas materiais, desligando-nos o mais possível destas, para que possa o espírito fluir, e levitar, em busca da sua verdadeira essência.
Todos nós programamos antecipadamente a nossa vinda e estadia neste planeta que nos acolhe, bem como, as eventuais consequências dessa mesma programação, tendo sempre em conta o nosso livre arbítrio.
Devemos "construir-nos" passo a passo, para que possamos aproximarmos-nos o mais possível da perfeição e consequentemente, da nossa missão no planeta Azul!
Eu já descobri algumas das minhas tarefas, certos caminhos que terei a desbravar neste mundo!
Sei que tenho muito chão a pisar, muito suor a derramar e muito sangue terá de correr dentro das minhas veias...
E tu? Conheces as tuas pretensões? Sabes o teu caminho?
Será que encontraste os teus companheiros de viagem?
Não percas tempo! "Toca" a descobrir-te e a evoluir, numa caminhada longa, que te levará em direcção das tuas verdadeiras pretensões, ao limite da levitação e exaltação da alma...
Bem no topo, do Universo!