AGOSTO 2010

cafésolo

quarta-feira, 22 de julho de 2009

« COGNAC » A RETALHO



O balão redondo poisa na minha frente, vem farto
em «cognac» envelhecido em casco de carvalho, tudo é
aparentemente trivial, não fosse a barriga do copo ter
sido carinhosamente esquentada no vapor.
O perfume que inalo é inebriante, asqueroso aos olhos
dos mais tenros certamente, mas também eles terão tempo
para crescer, tal como este «souvenir» tido quase ao acaso.

O cigarro, é um pormenor, o paladar do liquido francês,
faz esquecer toda e qualquer angústia que nos apoquenta,
emerge das defuntas taças um sentimento de grandeza,
quase inexplicável aos olhos de alguns, sábios e devotos
seguidores dos falaciosos presbíteros que se encontram
em perigosa descensão.

O momento é mágico, as horas não sobrevivem,
o espírito esquece-se das feridas que lhe mordem
os sentidos, o sangue corre para o seu destino como nunca,
a ânsia desse prazer (quiçá imperceptível) extermina
as réstias desse líquido, ferindo mortalmente
a veia que lateja esta trampa de poema.

Volto mais logo, «who knows»?



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