AGOSTO 2010

cafésolo

sábado, 11 de julho de 2009

NO PAÍS DA ETERNA CRISE



“Vêm aí tempos difíceis”, diz dona Cândida
(funcionária antiga lá da escola com pelo menos
duas dezenas de anos de labuta)
no seu tom de voz de certeza absoluta.
Com efeito, é muito acertada a sua análise.
Os dias são sempre difíceis dependendo sempre
das circunstâncias claro está.
Mas façamos a inevitável pergunta:
- Já vivemos dias melhores?

Tudo é, e será sempre questionável,

dependendo sempre da perspectiva
de cada “artista”, na sua singularidade.
E não havendo duas por três,
e porque na China se comem gatos...
Cada crise com seu par se faz favor,
pois neste assunto das crises,
perdoem-me amigos,
mas eu fico com a minha crise e cada um de vocês
que fique com a sua (de preferência) 

bem guardadinha na dispensa,
onde a guardais certa e religiosamente

quando chegais a casa vindos da guerra
que travais em vossos estranhos empregos.

Crise?
Crise é a fome em África,

será sempre o pior cenário,
do que qualquer um dos vossos
casos insignificantes.
Que raio me quereis mostrar?
Crise, é ter dinheiro e não saber onde gastar,
e conheço tanto pacóvio que assim é!
Pois, isso das nozes e dos dentes,
será sempre uma questão de dentistas...
É essa a razão da sua existência,
da minha, da vossa, da de todos nós.
- A crise? Somos todos nós!
Enfim, somos uns “encrenca’ dos”,
uns lamúrias que gostam de fados, de tainadas,
noitadas, futebol e namoradas,
telemóveis com ofertas de chamadas!
Somos reis da alegria barata, dos festivais de verão,
de artístas da cassete pirata,

dos zés de bigode e garrafão,
das meninas bonitas dos bares e esplanadas…
E desentendimentos que acabam às chapadas...

A crise é e há-de ser sempre
como a velha história do copo,
que se encontra meado,
alguns dirão que está “meio cheio”,
para outros será sempre “meio acabado”!

- Estamos em crise…
(E assim nos iremos manter).


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