AGOSTO 2010

cafésolo

segunda-feira, 27 de julho de 2009

OCASO


Tens a pele tenra e macia, tingida num moreno escuro,
o teu tom de diversão chama a atenção,
mistura-se entre a espuma do mar
no enredo com a areia fina.
Sente-se o eco de uma melodia que parece
perdida no refrão de uma letra que se desconhece.

A tua expressão nua e crua, não cabe mais aqui,

alguém calvo e branco como os lençóis de verão,
medita num local sem sentido.
O declínio do sol é evidente
e só a mais resistente das rochas ainda respira
sob o tumulto das ondas.
Dispersa-se o resto da gente,
que voltará certamente, para repetir
uma e outra vez essa dança lenta
que lhes assa a pele.
Revejo o filme vezes a fio, talvez o pequeno pássaro
ainda coubesse aqui, mas o seu ar célere
levou-o para outras bandas sem que se desfizesse

a dúvida da sua pretensa fragilidade.
Nada mais há para contar na madrugada,
degola-se o discorrer no ocaso,
no aviltante pavor da escuridão.

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