Venho
por este meio recorrer
ao
âmbito natural das coisas.
Ao
sentimento frio que nos recomeça
nocturno,
desde o vazio da noite – nas ruas.
Um
ou outro sorriso que gastamos
junto
ao balcão de um bar
ou
noutro cenário qualquer.
E
nunca é tarde demais
para
distrair o medo,
uma
mesma direcção,
uma
mesma partilha
a que chamamos:
ânsia
ou modo vida.
É
urgente ditarmos as regras
ao
desalinho, é urgente cobrar
às
palavras uma ordem natural
das
coisas. Aceita-las como se fossem
só
nossas, como se fossem a nódoa ou borrão
de
tinta no nosso papel, um recurso
que
recorre desta breve passagem.
Venho
pois por este meio recorrer
– nesta folha azul de 25 linhas –
à
jurisprudência que em boa verdade
não
existe. Ao reconhecimento
que
não procuro, diria mesmo que:
procuro
o consentimento que existe
entre
o lume cruzado dos teus olhos.
Recorro
pois deste limite cortante
que
nos [de]fere a cada momento.
Ao
esquecimento que se apaga junto
ao
vazio de um copo, ao abandono
lento
que nos sobra – neste recurso
perpetrado
– junto à lisura do balcão.
venho por este meio dizer que adorei este poema...
ResponderEliminartina)
Exmo. Sr...
ResponderEliminarVenho pelo presente meio informar V.Exa, que o "recurso", referente ao poema acima descrito, foi aceite sem quaisquer reservas....
Estes barbituricos, fazem-me bem á alma....
Obrigada Miguel... Gostei muito
Beijinho
Lurdes Meirinho
Adorei... Beijinhos amigo
ResponderEliminarMiguel:
ResponderEliminarO seu poema é lindíssimo. Recorreu com habilidade à banalidade do acto oficioso usado na administração pública, para se dirigir ao leitor, a fim de lhe confessar as suas lamentações do cruzamento da vida com o seu destino.E até uma leitora, a Lurdes Meirinho, representando-nos a todos,e com uma imaginação, que não destoa da que ressalta do poema/requerimento, veio publicamente proferir o despacho do respectivo deferimento. Eu limito-me, humildemente, a assinar por baixo. Parabéns.
Alexandre de Castro
...Talvez nos caiba ir recorrendo das sentenças da vida que não aceitamos... talvez isso seja evoluir!...
ResponderEliminarBeijinho, primo! grata pela tua poesia e por todas as restantes palavras! :)
Muito simpáticos os vossos comentários, os quais agradeço (Tina, Lurdes, Maria, Alexandre e Virgínia) com beijos e abraços! Obrigado.
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