Foto: Samuel Fidalgo
Gosto, do preciso momento
ou nem tanto, dessa espécie
de partida para o desconhecido,
a servidão ao defeito, o corpo
mergulhado no vício, uma espécie
de embriaguez aos actos.
Às vezes fica tarde.
Ninguém entra no comboio
sem que deseje a viagem,
desconhecendo o destino
o esplendor verde da partida.
desconhecendo o destino
o esplendor verde da partida.
Fica tarde não o perceber.
É demasiado tarde para insistir
em pormenores menores,
desacertos incertos, coisas de partir.
Leva-se na bagagem a companhia certa
todo o resto: simplesmente acontece!
(Como terá acontecer, dir-se-à.)
Às vezes fica tarde para desmontar
o destempo daquilo que se não vê.
Mas gosto! Sobretudo dessa ida
ao encontro dessa certeza
de seres tu meu (re)partir,
ou antes: meu partilhar.
o destempo daquilo que se não vê.
Mas gosto! Sobretudo dessa ida
ao encontro dessa certeza
de seres tu meu (re)partir,
ou antes: meu partilhar.
Como é habitual uma poesia que nos vem deliciando sempre com aquele toque subtil de sentimento e memória.
ResponderEliminarSe me é permitido completar o muito que já aqui escreveu, deixo isto:
"Chegamos ao fim do caminho, o comboio vai comendo as últimas lascas de carvão." Mas essa certeza permanece, a certeza/de seres tu meu (re)partir,/ou antes: o meu partilhar.
Abraço,
Ricardo Cunha (Cronópios e Famas)
Obrigado pelo seu excelente comentário!
ResponderEliminarSentimo-nos pequenos com tamanhas observações...
Um grande Abraço
e muito obrigado, Ricardo!