Sessenta dias e sessenta noites.
Estômago à boca
madrugada dispersa
sede entregue às noites
perdidas por quase nada,
perdidas por quase nada,
dispersão dispersa e: nós.
Nada é como nos disseram ser o remorso
de não ser uma conjugação plural.
de não ser uma conjugação plural.
Às vezes lento outras vezes rápido demais,
e o que é ser lento ou frágil no poema?
A fatalidade de um tempo redimido
às circunstancias de não ser?
As palavras que voam e não se inscrevem
na certeza da nossa incerteza?
Um cigarro que voa sem tempo
de entornar cinza nas palavras?
de entornar cinza nas palavras?
No início éramos nada, não existíamos
no espaço ou tempo plural, estávamos
entregues – por assim dizer –
no espaço ou tempo plural, estávamos
entregues – por assim dizer –
ao cronógrafo seguro dos dias.
Repito: iniciava-se – manhã cedo –
estômago rápido, sobrando o resto
à boca, uma espécie de forma – arrastada
[ao momento.
A carne desentendida aos pedaços.
Repito: iniciava-se – manhã cedo –
estômago rápido, sobrando o resto
à boca, uma espécie de forma – arrastada
[ao momento.
A carne desentendida aos pedaços.
Remato?
O que fica por dizer,
escrever, repartir?
escrever, repartir?
Recomeçamos o poema
a partir daqui?
a partir daqui?
e o que sãos os dias senão partículas de momentos aglomerados em tempos maiores?... E o que são os momentos senão um recomeçar sequencial de poemas?...
ResponderEliminarBeijinho grande, Miguel!
Beijos linda!
ResponderEliminarCada uma das sessenta partes de um todo...
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