AGOSTO 2010

cafésolo

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

CLAUSURA DOS DIAS



Do lamento, apenas subsiste a pequenez dissimulada
que se cessa na matéria. Sabes que o acaso não sobrevive,
quando uma mãe urgente, acorre ao primeiro sinal
chorado do seu rebento, na infinita madrugada.

Instigas a tua origem numa permuta deturpada e cáustica,
a mesma com que serves a ti próprio uma refeição rápida,
acompanhada por um triste copo de vinho frio,
honrando a lamúria e a sede da tua própria sombra.

Preferes aprofundar o desacerto do teu dia,
sem questionar o coito interrompido na porta que se abriu,
permitindo que essa luz indesejada penetrasse em ti.
As músicas, soam agora à fome que não alimenta vísceras

desidratadas, pela mácula de uma lembrança ausente,
daquela morada indivisível que dissipa os vocábulos
entornados, numa imensidão caliginosa de esgotos.
(O teu dia, poderá não ter sido o mais portentoso de todos,

mas ficará para sempre perpetuado,
como um escarmento probo,
de querer e poder!)


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3 comentários:

  1. ha dias e dias...

    parabens

    beijinhosssssssss

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  2. Passei aqui por acasó, procurando outras paragens... Contudo, parece-me haver possibilidades neste autor, ainda que por vezes se sinta que o texto foi sujeito a alguma "busca de dicionário", na procura de palavras mais eruditas para embelezar a prosa... Parece...

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  3. Parece abeirar-se de uma amargura desencantada, para logo se aprofundar num distanciamento interno que permite a recuperação e a retomada so ser.

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