AGOSTO 2010

cafésolo

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

«it´s not too late»

















Queria saber escrever sobre a melancolia branca
e fina dos teus dedos. Grosso modo:
sobre a aleatoriedade mecânica do nosso amor.
O alcance firme dos teus olhos durante a pressa
da tarde. Mas fui escrevendo – como bem sabes –
sobre lateralidades – sob um cinzento frio na manhã
de outras coisas, aquelas que mais nos pareciam
perceber – sem legendas. Mas havia já uma pressa
alavancada à espessura da tarde que nos atravessava
diagonal, bem sei, [aquele lugar que tomamos
como nosso] uma espécie de pressa que foi
e não soubemos medir – por certo. Foi assim?
Pareces anuir tão bem no sentido quente e tímido
dos teus lábios. Adivinhava-te  – quase sem querer –
nos instantes seguintes. Quero antes dizer:
nos meses que nos antecipavam e sucediam depois.
A verdade é que continuei sem conseguir desvendar
por palavras a brancura lisa e fina dos teus dedos.
Tampouco o trato ou modo penetrado pelo teu gosto.  
Fizemos planos enquanto se ouvia Jeff Buckley, sabias?
This is our last goodbye» ­­ – ou «Lover, You Should've 
Come Over» [cause i feel] «Too young to hold on and
too old to just break free and run».] Depois eu disse:
- Ainda não é tarde de todo «baby», ainda não é tarde.

6 comentários:

  1. ... "ainda não é tarde"... Amo o conceito!!

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  2. Para amar nunca é tarde.

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  3. Nunca é tarde...... Para dizer....Gostei Miguel..Beijo

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  4. Por vezes a sensação é a de que tudo nos tarda... mas não será tarde, nunca, enquanto a sede de tudo isso nos for possível...

    Gostei muito, primo! Grande beijinho para ti

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