AGOSTO 2010

cafésolo

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

antigos esses tempos















Como eram [ou são] antigos esses tempos
de que te lembras. As músicas eram hinos
de vanguarda como vanguardistas éramos
quase todos. Usava-se o preto, os blazers

de corte antigo do tempo da sarja (não sei bem –
nunca fui "muito dado" às costuras) e as botas
ou sapatos «Dr.Martens» arredondando-nos à vida?  
Havia [sempre] "um quê" de punk misturado entre nós.

Uma mega-infância feliz. A música chegava-nos
via cassete dos quatro cantos do mundo
e os bolsos, apesar de mais leves, faziam-nos
hiper-felizes sem pestanejar. Subíamos as ruas

mais íngremes de Coimbra, por académicas calçadas
& sorrisos estouvados. E as memórias que se relevam 
de ti, talvez ainda vivam hoje, entre a medula mais
profunda e dispersa – o coração mais rijo da memória.

1 comentário:

  1. Talvez a memória tenha mesmo coração... talvez por isso às vezes nos bata com tanta violência no peito das lágrimas...

    Beijinho grande e um Natal muito feliz, Miguel!

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