AGOSTO 2010

cafésolo

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

as nossas horas
















Era um género de essência oriental.
Um barco na deriva por descobrir.
A intimidade por tecer num olhar
[quase clandestino] humedecido
ao relento da noite
                             entre muros de prata.

Depois nunca existia amanhã.
Passávamos as horas a olhar pela janela
do fim do mundo na praça.
Reivindicávamos a nossa porção no pedaço
do território que nos fugia
                                      debaixo dos pés.

E era sempre tarde às nossas horas
e às vezes caía a noite
                                   aos pés dos outros.

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