AGOSTO 2010

cafésolo

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

SEM PONTUAÇÃO



Nasci assim
como o poema ao acaso
nas contas dum tempo
puro em revolta
havia nesse hiato perdido
outros textos nascidos

doutros berços
em cores alegremente pálidas
mas eu era apenas
o mirrar do texto
quem sabe mal notado
de pernas compridas

finas e secas
ao sabor do sal e das lágrimas
pela descura do tempo
fumo de ervas aromáticas

um fim de linha
entre as linhas
escritas e gastas
sem pontuação

3 comentários:

  1. Ideia engraçada este teu poema.

    Eu diria mais:
    Bons versos sem pontuação sempre estão a tempo de ser um poema bem curado. Maus versos com pontuação são um poema sem cura possível!

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  2. gosto do poema sem pontuação porque, parece-me, deixa à sensibiidade do leitor o mais aprofundar-se no tema.

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