AGOSTO 2010

cafésolo

domingo, 11 de outubro de 2009

MIL FONTES



Respirava-mos fundo naqueles dias, pouco menos
que a perfeição, numas férias improvisadas
mas, entusiastas. Lembras-te? Decidimos a ida
com a enorme vontade de querer-mos estar sós,
de inscrever aqueloutros momentos inolvidáveis

no nosso ainda tenro texto. Depois, o telemóvel tocou,
naquela ânsia que me vestiu o rosto, atravessamos
o país em propósitos absolutamente meus,
como poderia eu esquecer-te?
Foste a peça essencial daquela urge engrenagem,

como pude desvalorizar-te assim?
Mais além, estava na iminência de entender
que a nossa confluência teria os dias contados,
a ufania venceu. Prescreveu-nos porém, súbitos
remédios, que tomámos sem hesitar.

Apanhaste-me de improviso, chegaste veloz
como um trovão fulminante, que se espessou,
sobrecarregando uma pilha de palavras perdidas,
entre a espuma e a demanda das ondas serenas,
daquela costa Alentejana, algures em 2001.

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