AGOSTO 2010

cafésolo

segunda-feira, 2 de maio de 2011

«night route»

















Há muito que as cores da cidade
se tinham apagado pela noite
que nos acolhia entre braços.
O cheiro da terra molhada envol-
via-nos – porquanto esperamos –
num segundo acto combinado.

Havia forasteiros (por certo)
que deambulavam pelas ruas
oriundos de norte e sul, e nós,
permanecíamos ali, estáticos,
encostados e quase tão inertes
quanto as pedras do muro;

Desabaram duas, três, quatro
horas, entre conversas que foram
caindo como a morrinha penetrava
a brandura de um resguardo de Abril.
A chuva caía à semelhança da noite,
cansada entre copos vazios ou incertos

                                            [como nós,

será que envelhecemos?   

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