AGOSTO 2010

cafésolo

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

IMUTABILIDADE



Conseguias ver a luz daquela esférica noite
perfeita, reflectida na janela do escritório
pela lua cheia. Os sonhos que tinhas acordada
fluíam-te depressa até à extrema do nada,

onde as coisas deixavam de ser quem eram.
Quando regressavam do vazio, deixavas simplesmente
que poisassem sobre os ramos nus das árvores
em frente à janela. Os dias estavam frios,

não se viam indícios de vida, de movimento.
Esperavas tranquilamente braços poisados
na secretária, como se toda a imobilidade
presente fosse orquestrada pelos teus dedos

[diante dos teus olhos

a imutabilidade não te inundava por certo,
antes te agitava aquela espécie de isolamento.

1 comentário:

  1. Lindas palavras para descrever aquelas noites que para mim a trabalhar são um panico e ainda nao consegui descobrir porquê!!!

    beijos

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