AGOSTO 2010

cafésolo

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

AVENIDA



Incrível como as mãos nos pesam,
quando nos encontramos
apenas com nós próprios.
Sentimos que o tempo quase nos ultrapassa,

mas não temos motivos
para nos sentir ultrapassados,
porque fazemos questão de viver
essa oportuna mudança cravada na nossa existência

e passar por «ela», como se “ela”
fosse apenas, uma fotografia digital.
Os cenários que nos ladeiam
esfumam-se, na longa Avenida da Cidade,

como cigarros voam à varanda.
Existe ainda um gato preto
que deambula na tua fronte, e tu
observa-lo, paciente.

2 comentários:

  1. Miguel como sempre nada a dizer a nâo ser maravilha de poesia,muito bom 5*

    ResponderEliminar
  2. miguel

    a poesia é, já, uma arte visual por excelência. a capacidade criativa do autor inicia a imagética necessária à construção do poema que o leitor, legente, transforma nas suas próprias emoções.
    este poema é um dos melhores que tenho lido aqui e, seguramente, não necessita da aposição da fotografia, embora ela possa ter sido o «motor» da construção da linguagem poética. a avenida está lá, no discurso, precisa, como um «flash» que nos encandeia o olhar.

    abraço

    josé félix

    ResponderEliminar