AGOSTO 2010

cafésolo

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O SABOR DO SANGUE


(foto by: jose dionisio ruivo neca)

Há ruídos estranhos no prédio, o vento da janela
dos cigarros corta como pequenas lâminas frias,
rasantes a uma barba de 3 dias. Ocorre-te,
simplesmente que o inverno não tarda,
assim como a ceia em reunião de família,

que se promove habitualmente num propicio Dezembro
(e assim é, desde o tempo em que te lembras de ser.
Há uma pedra pequena [mais pequena do que uma brita,
que resvala de um asfalto novo «a estrear»] que saltitou
umas três vezes nas minhas costas, lá atrás, na janela
____________________________[aberta dos cigarros.

Continuam a ouvir-se uma espécie de batuque,
provavelmente misturado entre paus e estendais soltos no prédio,
embrulhados em sombras e sons frios, como o vento de Macedo).
Recordo o quanto me faz falta esse velho e conhecido frio
________________________________________[de Macedo,
como o simples pisar daquelas ruas ou o mero tropeçar
nas sombras, de uma casa que sempre nos acolhe.

O inverno respira ali, há lareira e outros engenhos
mecânicos que sopram lume, digo: calor.
O calor que encontro nos pedaços do meu sangue,
que são um velho e simultâneo doce sabor,
um melancólico sangue, como um cálice
de porto velho caseiro saboreado
em cada volver genuíno a casa.

Depois, regressas a ti e à tua vida
que volta num poema
que agora se cinge
ao seu próprio remir,
em troca de presentes e sorrisos,
_________________esperados.

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