AGOSTO 2010

cafésolo

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

sorriso
















Trazes o sorriso de um copo
meio vazio, entre almofadas
e cortinas de ninguém.
Deixo que o reflexo da sílaba
morra junto ao rodapé descalço,
rente ao chão.

Há sílabas mortas, espalhadas pela semântica
da casa. Há palavras que chamam por ti
entre escombros. O cenário é desolador, minto,
é um misto entre a transformação da madeira
que envelhece para além do tempo
que subsiste entre nós.

Os quadros desalinham no abalo,
e as crianças dormem – por fim ­–
nas profundezas de um sonho.
A tua sombra confunde-se com a sombra
de uma rosa que levita imóvel
ao centro da mesa.

E eu sou meigo e doce áspero e fel,
sou a pétala que seca na rosa sombria
do poema. Sou o olhar que se despenha
contra o lume na fronte dos prédios
iluminados pelo fim da madrugada
.

Sou o copo [ou meio copo vazio]
que trazes num sorriso despejado,
sou a mão que te prende ao mundo
onde adormeces – por fim ­– .

4 comentários:

  1. Olá, boa tarde! Adorei o blog e o poema! Parabéns!! Já sou seguidora!

    ResponderEliminar
  2. faz tempo que nào encontro uma poesia tão tocante, fácil, pq mestre fala fácil, sabe de fazer entender. Vou te linkar.

    ResponderEliminar
  3. Agradeço os vossos comentários (abonatórios).

    :)

    Um abraço, obrigado!

    ResponderEliminar
  4. Ola Miguel,
    Venho deixar-te um Ola e um Sorriso.
    Beijinhos

    ResponderEliminar