AGOSTO 2010

cafésolo

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

registo químico














Éramos de um tempo em que as dúvidas 
ultrapassavam a espessura gélida de dez 
invernos. Achados assim, por quase nada, 
por um quase modo circunstancial de ser, 
éramos de uma espécie de registo químico
vetado a um aleatório acaso, dir-se-ia:

um acaso inevitavelmente igual.
E ficou tarde para travar esse impulso
que crescia – entre a vaga alastrada
no lume – de um vazio combustível no peito.
Ficou tarde ou urgente para nós o tempo, 
as palavras que nos alcançavam

como o resto dos dias cresciam 
à luz de um verão que irrompia 
a brandura branca das paredes 
da casa – votada a crescer no amor –  
por onde nos regressamos ou então 
nos tornamos para voltarmos a ser. 

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