AGOSTO 2010

cafésolo

domingo, 31 de outubro de 2010

«closing the shutter while it rains»















Vamos, uma caneta, um papel
e o vazio de uma lista inacabada
é tudo quanto te resta hoje
o calibre ou o movimento preso
na máquina [arrítmica] que trava.  

Não me contem mais desses vazios
lugares, desses mesmos passos
tão perdidos quanto os meus.
Sentei-me ao lado do fumo humano
como quem espera a quem não vem.


E era já tão tarde entre nós – entregues
à sorte e à sede mortal dos balcões
(líquidos de Outono) o mesmo rumo
ou avanço, a mesma direcção certa
rumo à incerteza. Na janela: a chuva


& a insónia capital a obtura mais fria
da manhã.

2 comentários:

  1. Um bonito poema que exprime, pelo ritmo e pelas palavras, este tempo lento e soturno de Outono.

    Parabéns, Miguel. :)

    ResponderEliminar