AGOSTO 2010

cafésolo

quarta-feira, 30 de junho de 2010

um ano depois



Um ano passa a correr.
Perdemo-nos
tantas vezes em planos inclinados
acertados
e outras tantas vezes
sobre o próprio plano
em que estamos.
Deixamos a segurança
de uma terra timidamente batida
e recolhemo-nos, tantas vezes,
numa espécie de casulo nosso
que se encerra entre nós
e as quatro paredes
de um peito virtualmente fechado.
Um ano passa veloz,
tão rápido quanto interactivo
dentro de um plano
que nos apraz ter.
Régio deu o grito,
o berro ou uivo negro
que ainda hoje me exalta
a sair porta fora.
Um ano passou
foi só mais um
o pouco que vale
num tão curto embaraço
duma prateleira vazia
sem a concordância das palavras
concordantes, amigas,
prostradas, esquecidas
no copo vazio que se esconde
no canto mais escuro da sala.

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