AGOSTO 2010

cafésolo

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"big indian girl"


_____________________ To the: "Big Indian Girl"

Inocente, assim era o gesto,
a sua voz que cantava
em tom estranho
numa diferente forma de existir.
Uma harpa dedilhava o caminho
conhecido de cor, de memória em memória,
de tolice em asneira
e pálpebras encerradas.

Era esse o teu caminho
tantas vezes travado,
sem reflexão nem espaço
para existir [que te travou.
Ficaste fechada pelo trinque
do teu postigo e eu, fiquei
por fora da tua ingenuidade.
Encontrei outras pedras

pisadas pelas meditas mais antigas
da rua das Camélias (sem número).
Pude mais tarde vestir
o cheiro que inundava o meu querer
de imensos e atolados odores.
Transmitir-te uma espécie de melancolia feliz
(se é que ela existe) era o todo nada
que deixou de existir em mim.

Não cheguei a falar do piano que tocavas
numa imagem de luz branca
e cortinados lançados sobre o ar
quente e abafado na cidade.
As janelas grandes e abertas
trazem-te de volta a memória
das gentes de voz rija, agridoce,
num ardor vivo de mercado
_____________________[oriental.
O poema acabou assim,
sem adeus nem doutros afins.

4 comentários:

  1. Não vou fazer comentário mas deixo algumas palavras minhas. Espero que goste
    Foi sem intensão que te causei qualquer dor e pena.
    Foi sem intensão que te feri,
    Foi com o meu medo que te destruí.
    Foi com o meu amor que te envolvi.
    De ti apenas quero um pouco de tudo
    Compreensão
    Confiança
    Amizade
    Paixão
    Amor
    Fazer algo sem intensão...

    Mafalda Aires

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  2. Muito interessante este teu poema, ultimamente o que escreves é de maior complexidade. Deves mesmo publicar os teus trabalhos, são merecedores disso.
    um beijo Isabel

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  3. Obrigado Isabel, pela visita e pelo comentário!
    Beijinhos

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