AGOSTO 2010

cafésolo

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

SEM MÁCULA



Uma lua imperfeita, cai na perfeição
de uma neblina nocturna. Há arrumações
deprimentes, aquelas que nos fazem
desgostar da simples atitude nascida de uma
qualquer predisposição compulsiva em alguém
que não se sabe deter, passar despercebida

ou simplesmente dormir o seu sono (dos justos?).
Fartam certas banalidades, pela trivialidade
marcante, como um:
«ter que dizer, porque sim!»
(Será que vou acertar desta vez?)
Não existem portas que se fecham no acaso,

pela oposição natural que oferecem
à lei (tão lógica e simples) da causalidade.
Acredito na rotina de quem se ergue
à hora em que busco meu sossego,
que rapa com unhas sangrentas um destino
tão enfadonho, como o seu próprio rosto.

Desiguais serão sempre as viagens
e os bilhetes de ida, como a estreiteza ensaiada
desse caminho sem volta, nem hora comum.
(O violino tocará sempre em cordas
friccionadas e o tambor, será sempre «tosco».
Será pelo facto de usar a pele do animal?)

3 comentários:

  1. Este poema é forte. De facto existem imensas pessoas que se metem na vida umas das outras, muitas vezes sem conhecerem as verdadeiras razões porque criticam os outros... Gostei da analogia final (violino e tambor, as cordas na pele...).

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  2. penso que muitas vezes a pele do animal é que o torna menos tosco, tira-lhe a pele e o que é que fica ?

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