AGOSTO 2010

cafésolo

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

COBERTURA INCERTA



Passamos horas sentados no telhado,
assistimos sem vertigem ao despir
daquele momento, observamos depois as luzes
que irrompiam sob um soalho plástico da cidade.

Trocamos o silêncio pelo engano dos sentidos,
projectamos a queda e a ascensão das coisas
que haveriam de cravar-se por entre os poros
que respiravam a custo, sem acusar.

Pouco importariam certos rudimentos,
fossem arte ou meras eloquências estranhas,
pareciam esquivar-se por entre as telhas
como as pingas caídas de um súbito aguaceiro.

Chegaram os primeiros ventos,
trazendo aquelas pedras cinza
que se nos atravessaram na garganta,
essa matéria prima inelutável

que nos elucidou, desse axioma invencível;
[Ficaríamos sós, ante um soturno e vago inverno.

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