AGOSTO 2010

cafésolo

domingo, 20 de setembro de 2009

FIM DE ESTAÇÃO



Deitei os meus lábios nos teus,
como as folhas de Outono
se deitam incertas, nessa queda
eminente, ao sabor do vento.

Fazia-me falta aquela música,
que controlava e preenchia
certos espaços vazios e inventados,
entre as costelas de um peito

armadilhado. Guardo de ti
uma imagem ténue, radiográfica,
como se fosse a derradeira nota
assente, num epílogo anunciado.

Daquele verão que morria devagar,
nada mais sobreviveu. Volveu a chuva
e com ela a vontade enxuta em disfarçar
os restos de um destino verde,

------que não me pertencera.

3 comentários: