AGOSTO 2010

cafésolo

sábado, 12 de setembro de 2009

CAMA DE FOGO



Leio-te nos lábios
fragmentos desse puzzle,
que afigura o tecido
com que cobres o corpo,
urdido nas noites
preenchidas pelo nada.

Estávamos deitados
no exacto momento
que desataste as palavras
dessa meia verdade,
que dizes ter sido
disputada a dois.

Desse teu postal rasgado
apenas sobra a tua metade,
reprimida,
no canto mais esquecido
da tua própria casa.
Brindo a esse sorriso

solto, eclode em nós
um desejo que penetra
a posse da própria carne.
Depois, tocaram-se os corpos,
crivados num lume que inflamou,
a imensidão dessa cama

emergida, na escuridão.

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