AGOSTO 2010

cafésolo

domingo, 9 de junho de 2013

my own skin



Os últimos nativos
da nossa espécie
há muito se foram.
Ficou tarde, noite,dia,
digo:
deixou de existir tempo
e espaço para sobreviver.

Havia sinais de pressa
de amargura e revolta,
o medo aliado à potência
de uma última palavra.

A procura na firmeza da pele:
ou o desequilíbrio
no hesitar do coração,
a decisão acertada:
sem olhar ao modo
como os beijos se perdem
na incerteza da sedução.

Como um amor que se teme
sem querer,
porque se deseja
sem pensar
porque o procuramos
sem prever os defeitos
colaterais desse fogo.

Resistências de uma vida
que não nos representa
e convida a sair do jogo
como se apostássemos
o resto da pele
no resto do tempo
que deixamos de ter.

Sem comentários:

Enviar um comentário