AGOSTO 2010

cafésolo

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

#o teu sorriso




                                            

Eu procurei avisar-te, mulher:

para a inexistência da perfeição; 
ou por outra:
que ela existe sim, na mesma medida
em que a beleza das coisas existe e vive
efémera, como um ciclo que dura
para além de toda e qualquer ilusão.

E que apesar de tudo não nos perfura
a alma como os punhais da desilusão.

Sucederam-se os meses
(a que chamamos passado)
e de cada vez que te escondias
entre a espessura dos dias 
encontravas o remate perfeito
na «simetria» do poema.

E a perfeição não existe,
ou por outra:
apenas o teu sorriso existe,
como um embalo que eterniza

                         [a métrica do amor.

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