AGOSTO 2010

cafésolo

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

#insónia















Irrompi pela insensibilidade
dos sentidos, por essa abrupta
mancha chamada insónia.  

Pairava na minha cabeça
uma espécie de agonia
desvairada como um vírus:

Eu era um fiel guardador
de navios. Sim, essa ideia
desvairada ressoava pelas

paredes urbanas dos prédios, 
como a agitação do vento abalava 
a loucura do mar pelas janelas.

Lá fora toda a madrugada 
ardia dentro da inércia 
fria dos objectos. Parecia

vigiar-nos numa relação im–
provável de sentimentos. Ardia 
num todo desassossego aceso

pelos archotes antigos – da nossa 
existência. Como uma espécie 
de relação de ausências quiçá
                                                            
                           [perpetuada
     
pela firmeza do esquecimento.   

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