AGOSTO 2010

cafésolo

quarta-feira, 27 de julho de 2011

vejo desde aqui um azul vapor
















Vejo desde aqui um azul vapor,
a condensação defronte aos olhos,
uma levitação de camarote sobre o mundo.

Parece eterna a vida vista daqui,
como a lisura do teu olhar que me 
conquista em cada avanço sobre o meu.

Perco o alcance sobre as coisas,
sobre as flores, sobre esta saudade
que a nós pertence e que sempre regressa 


louca, como o alcance que não temos 
sobre-tudo, sobre o todo de perder o pé. 
Perco a noção inteira da palavra destino. 


Perco o fôlego ou a ideia mortal de existir,
o calor que nos aponta numa mesma direcção
ou mapa disposto a sul de tudo (e até mesmo de nós).

Como este amor que nos encontra (agora)
de igual modo firme e frontal. O suor firme do teu 
corpo contra a firmeza do meu: nosso mundo ou jeito

                                                              [terno de ser. 

2 comentários:

  1. Na frontalidade de nós, somos maiores no outro.
    Quanto a mim, eis-me fidelizada defronte à sua escrita, e, obviamente grata pela partilha.

    Fraterno abraço, Miguel.

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  2. Muito terno este azul. E muito belo.

    Beijinhos, primo Miguel

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