AGOSTO 2010

cafésolo

domingo, 12 de setembro de 2010

volta dos tristes



Acabo de regressar da volta
dos tristes. Procurei na cidade
ou da cidade – não sei bem  –
a sombra das coisas, o influxo
do corpo. Havia gente despida
em corpos redondos, um resto
de verão despedaçado entre
o frio geométrico das mãos.

A antítese presente em cada
rosto, o olhar perdido no ferro
dos Homens. É-nos tão difícil
deixar o corpo entregue à roleta
da sorte, na deriva incauta dos olhos.
Será demasiado tarde para resumir
o sorriso dos outros? O breve
& amargo sabor destes versos?

O cigarro adiado foi o rastilho,
o impulso quase perfeito. A mão
que se solta e disfarça tão mal
a nossa ausência. Porque será
que tardas no teu regresso?
Porque será que insistes incluir
a purga da tua ausência
na boca do meu silêncio?  

Sem comentários:

Enviar um comentário