AGOSTO 2010

cafésolo

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

um quase nada
















Mas vejam-me o vazio
de um cinzeiro sem chama;
ou a mesma razão que serviu
ao escancarar da porta
que se fechava
à vinda dos outros.

Vejam-me o mote
usado e tão fraco
dos pêlos do gato,
apagados depois
à janela encerrada
na vinda do pó.


A sombra escura
nas olheiras cavadas
a luz de um dia
que afinal mal vês.


Desânimos estendidos
pela sorte dos vizinhos
& um cigarro aceso
num rosto sem luz.


E há uma noite
que se acende
outra vez.
E é sempre noite em ti.


Renasce um sol
pelo teu sorriso
na mesma vontade
que ousas dizer.


Reacendes um desejo 
na rua aberta por nós;
& não há lugar a lamentos
– madrugada fora –
porque a noite é tua,
de mais ninguém!


E voltas
para usar as palavras,
a troco:
de um quase nada.

2 comentários:

  1. As palavras continuam a fluir no teu pensamento, a escrita traduz tudo o que te vai na alma. Os teus poemas emergem a cada instante, a continuares assim breve teremos um novo Café. Será um café Solo? (....)

    Beijinhos Miguel

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  2. Olá Isabel!
    Não será certamente cafeína, nem tampouco a "solo"... :)

    Beijinhos e obrigado pelo comment!

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