AGOSTO 2010

cafésolo

quinta-feira, 6 de maio de 2010

GRIJÓ EM ABRAÇOS



Havia sempre uma maneira de ir,
cruzava a igreja no meio da povoação
e deslocava-me invariavelmente
ladeira acima.
Nunca sem antes tomar por “assalto”
surpresa a “velha” tia “Micas”,
para a avistar olhos com olhos,
sempre redondos e mel.
Tinha uma cara redonda e sempre feliz.
Depois, arrepiava caminho em direcção
à casa dos «padrinhos», adivinhava
entre passadas apressadas
os sorrisos e abraços
que sempre se davam.
A madrinha abraçava-me
envolvendo-me em seus longos
e ternos braços
e como levitava
o meu pequeno mundo
envolvido pelos seus abraços.
Sentia por breves instantes,
ser a pessoa mais amada da órbita.
Ao abrir o portão,
invadía-me quase sempre
uma espécie de nervoso miudinho
que crescia, numa pura ânsia
e desejo por aqueles mimos
que eram só meus.
Sentir a alegria do padrinho ao me avistar
pela janela da cozinha
que dava para o pátio,
o som característico que ecoava
do tilintar das fitas «espanta moscas»
oriundo da porta da frente,
eram um cenário que sempre se repetia,
quase que invariavelmente.
Era uma espécie de ritual nosso
que agora guardo, em memória,
para todo o meu sempre.

3 comentários:

  1. Saudades Padrinho! Saudadades Madrinha! Como fui tão feliz entre vós...

    Beijos

    ResponderEliminar
  2. Meu QUERIDO PRIMO :) momentos vividos por todos com mto amor e carinho!... Sem dúvida alguma!! Amei!!... :)Bj MTO GD c o mesmo amor e carinho!!...

    ResponderEliminar