AGOSTO 2010

cafésolo

segunda-feira, 10 de maio de 2010

NÃO HÁ TEMPO



Planeias o tango
e a ele te diriges
como se o reconhecesses ser
o teu lado positivo
os teus movimentos
os teus sons.
Agilizas-te com o tempo,
acertas as últimas minúcias
que te são características.
Tudo se assenta afinal
no seu devido lugar.
Soltas o ar que te resta e diriges-te
para o imediato momento
que parece ser o teu passo seguinte,
numa noite plena de luz, sons e sombras.
Tudo se encaixa até ao hastear das bandeiras
ao palpitar da retirada,
quando te dás conta de um nó
numa garganta difícil de engolir.
Vives numa espécie de analogia conexa
[nesse teu regresso a casa]
com o inexorável engendro introspectivo.
Tudo esteve no seu devido lugar afinal,
mas, porque será que despertas em ti
uma espécie de dúvida?
Terá ficado alguma coisa por dizer?
Nada que o próprio tempo,
não te possa servir
com a devida frieza
com que o caracterizas.

2 comentários:

  1. Oi Miguel, adorei o seu blog... seus poemas traduzem tanta sensibilidade e muito bom gosto. Parabéns! Te convido prá visitar o meu http://sentimentosemparticulas.blogspot.com/
    Abraço!

    ResponderEliminar
  2. Obrigado Elisabeth. Já fiz uma pequena visita e gostei do que vi.

    Abraços

    ResponderEliminar