AGOSTO 2010

cafésolo

domingo, 18 de novembro de 2012

o silêncio das sombras




















Sempre que por simples gestos
procurávamos o código
linguístico – falhávamos a ligação.

Tu sabes. Reconheces-te bem
sempre que no agora
ou nunca procuravas a noite

a cabeça no desequilíbrio
das palavras
o todo abismo de uma vida.

Tu que amaste teus filhos
que sentiste
o terror dos últimos beijos 

que foste o capitão dos capitães
sobre a terra que queima
a nudez experimentada dos pés

perdeste a razão e a mente
a longitude da noite
entre o vulto das janelas

e o rumo inverosímil da casa.

Sim, tu foste tudo por quem
todos olharam
por cuidados perdidos 

a vertigem nervus do medo
as mãos frágeis
caídas no abandono do chão. 

Diante os olhos continuava
a rematar desacertos
ou a fobia terrível de amar

como a essa infância perdida-
mente inquieta e tão distante
quanto o silêncio dos olivais. 

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