AGOSTO 2010

cafésolo

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

momentos há que

















Momentos há que nos avançam
para um irremediável ou inevitável
tempo que nos resta – desgastado;
como um irremediável & repetido
momento perceptível aos ossos.

Tal como se tivesses adormecido
num final de tarde qualquer e,
acordasses depois irremediável-
mente só, arrefecido em ninguém,
entre o vazio da sala que ocorre.
                                                      
As palavras pesam-te quase tanto
quanto o segredo dessa poção
que se esconde – junto à pressa de
morrer – fora do alcance do cimento
da cidade irremediavelmente vazia.

E há sempre um enorme fundo de verdade
em cada poema; [pese embora: nem tudo 
fique dito] ou há sempre uma verdade que
se oculta inexplicável, pela mesma razão
metafisica de ser  –  & que nos ultrapassa

                                                devagar ?

4 comentários:

  1. Belíssima inspiração, Miguel! saboreei... devagar :)

    Beijinhos

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  2. as palavras pesam muito.
    talvez pela mentira se diga a verdade, de viés...

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  3. E há sempre um enorme fundo
    de verdades e mentiras
    em cada sequência de palavras
    em cada chorrilho de letras
    em cada avalanche verbal
    pese embora: nem tudo esmagado fique
    ou há sempre uma que
    se oculta inexplicável, pela mesma razão
    fisica que nos ultrapassa na meta
    seja metadona ou meta-amphetamines

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