AGOSTO 2010

cafésolo

quinta-feira, 22 de abril de 2010

RIO "SABOR"



Conheço essas gentes
esses cheiros,
como se as linhas
dessa terra molhada
fossem o odor que se cruza
entre as mãos.

Conheço esse azul no céu
que se estende desapartado
ao mar; baralhado entre
as ondas verdes de uns olhos
de pássaro, que giram e voltam
para se perder diante as vastas
e corpulentas curvas de enormes  
cordilheiras;
ou simplesmente rasgados
por um fixo e exacto corte
na minúcia de um pequeno geio.

Trás-os-Montes é isto:
- verde/vivo
sentido a correr
dentro das veias
ditadas de herdade,
um íntimo e volumoso
rio de saudade e ternura
                        [& amor.

9 comentários:

  1. Pena é que imagens como esta, venham a desparecer para sempre. Um lugar único, tranformado pelo poder económico numa barragem...

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  2. É o sabor e o Tua que vão desaparecer! E a lindíssima linha do Tua! Estão a destruir o nosso Trás-os-Montes! :(
    Está muito lindo o poema!
    Beijinhos
    Sofia

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  3. Não sabia que era transmontano. Eu vou ter terrenos em Mogadouro que vão ficar submersos por causa dessa barragem que preferia que nem a construíssem sinceramente.

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  4. Sou Transmontano, sim :) nascido e "criado" em Macedo de Cavaleiros.

    É verdade, o poder económico tem muita força, até um dia. Veremos.

    Beijos

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  5. Ondas verdes... que bonito...

    E imaginá-las uma dia submersas por vastas planícies de águas quietas dói mesmo um bocadinho...

    Abraço solidário (e transmontano)

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  6. Trás os Montes dá-nos, uma serenidade, uma paz de alma, um vazio no interior,que ao mesmo tempo nos enche por dentro!! Podemos gritar, e ouvimos a nossa voz, o nosso interior!!

    Trás os Montes, é lindo...
    Mais uma Transmontana!!

    Muito bonito o teu poema, gostei!!

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  7. Obrigado Ana! Os transmontanos têm de facto uma maneira particular de observar e sentir o mundo!
    Não quer dizer que seja melhor ou pior, é sobretudo diferente!

    Beijinhos.

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  8. Grande Miguel, muito bom, continua!!!

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