AGOSTO 2010

cafésolo

sábado, 2 de janeiro de 2010

POR QUASE NADA



Mantive-me sempre desperto,
esse foi sempre o meu segredo,
o meu resguardo enquanto atendia
ao teu sono acordado.
Depois dessas nuvens dispersas terem assentado,

tinha eu a plena certeza do quanto eu não era
e do tanto que desejava descobrir em mim.
Palavras e mais palavras, esbarraram depois
na pequenez dum isolamento,

de um encontro fatal, com as notas rítmicas
que resvalavam duma pauta composta
no segredo do meu silêncio. Andar no silêncio,
era para mim um puzzle mais que imperfeito

como o hiper-mercado que nos agonia,
e se constrói submerso em conclusões imperfeitas,
numa rara combinação de caracteres aprendidos,
em momentos surdos que nos permitem respirar.

Tanto ou mais te poderia dizer a ti,
meu leitor imperfeito, que procuras
nas minhas palavras um significado qualquer,
sem que eu veja a obrigatoriedade
de lhe dar sequer sentido algum.

Mas depois de tantas variáveis,
tinha eu apenas algumas certezas:
Manter-me desperto, mesmo que
o teu soporífero fosse tão letal,
que te permitisse fugir das palavras,
trocadas por quase nada.

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