
para a minha irmã, Elsa.
O tempo passou, minha irmã,
e nós, já nos demos conta
de não existirem mais peças
que sirvam aos nossos moldes.
As dores, essas, instalaram-se,
como os anos que nos colhem
apressados «season after season».
Será que ainda sentes o aroma
fresco – da cevada e do trigo –
de uma infância que nos molda?
Talvez os sintas, por certo, no repicar
Fresco da memória como o cansaço dos dias.
Quanto ao resto:
nada de novo, dois corpos distantes
nada de novo, dois corpos distantes
acalentar medos que dantes não existiam.
Como o tempo que urge e não se esquece
de quem somos ou para onde vamos.
Talvez hoje não estejamos assim tão longe
dos rostos felizes que emprestávamos
ao registo mecânico das fotografias.
Como o tempo que urge e não se esquece
de quem somos ou para onde vamos.
Talvez hoje não estejamos assim tão longe
dos rostos felizes que emprestávamos
ao registo mecânico das fotografias.
Passou o tempo, é certo, e nós estamos
vulneráveis como nunca o fomos – na casa
da avó «Mami», onde tão cedo aprendemos
o sentido ou o peso da palavra – Amor.