sábado, 31 de outubro de 2009
LÍVIDA NOITE
---------------------------- Para a Cátia
Caía a noite em tom lívido
quando a notícia chegou
ao liceu Alexandre Herculano.
Desceu automaticamente uma
espécie de angústia nebulosa,
enquanto se iniciava alheia
a última aula da última turma do dia.
O sangue corre-me veloz por entre
impulsos eléctricos que reagem
sob a forma de flashes memoriais
à tua existência. As vozes são cada vez
mais espaçadas, dispersam-se agora
dentro dos largos corredores, em
combinação com centenas de imagens
fotográficas que ressudam em mim.
Era impossível ficar-te indiferente,
irradiavas coriscos por toda a tua
existência e, nas centelhas que a tua
boca soltava, ressoavam certezas de quem
era o que realmente queria ser.
A morte,
colheu a destempo
como quem ceifa
trigo verde,
numa vontade imperfeita,
incontornável
ao sabor duma qualquer
maquinaria humana.
Para sempre ficará guardado o brilho
contagiante do teu olhar que sorria,
o ar suave e doce da tua essência,
numa memória colectiva perpetuada
em nós, em cada imagem, em cada gesto teu.
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A morte,é fria e cruel entra porta a dentro sem pedir licença
ResponderEliminare leva os que mais amamos.
"Acreditamos ficar tristes pela morte de uma pessoa, quando na verdade é apenas a morte que nos impressiona."
ResponderEliminarGabriel Meilhan
Não bate à porta, entra de rompante e leva quem amamos...
ResponderEliminarQue a Luz dos nossos olhos ilumine cada um que nos foi roubado...
Tantas Cátias... Joquins... Antónios... Marias... por esse Mundo fora...