Partiste depois daquela quente e singular noitada de copos,
encarceraste-te entre as quatro paredes do teu quarto
em Coimbra, onde milhares de fotocópias e dezenas
de sebentas, se riam de ti, até altas horas da madrugada.
Perguntava-me repetidamente, o que seria feito de ti,
onde e com quem estarias. E eu, curiosamente, sempre
te imaginava numa mesma cena, debruçada sobre o teu
busto, à luz de um candeeiro que iluminaria as tuas leituras.
[Mais tarde pudemos esbater entre risadas, essa imagem
deturpada que não passou disso mesmo, um erro de casting,
apenas possível pela própria envolvência, daqueles tempos.]
Volvíamos em cada fim de jornada, para as vulgares
férias académicas. Constatava-mos depois, que Macedo
se mantinha imóvel, talvez avesso a mudanças bruscas.
Somente os bares, tascas e outros cafés sobreviviam intactos,
porque nós crescíamos e anotava-mos toda e qualquer mutação
alcançada na singularidade de cada traço de cada gesto.
Guardei no entanto, desusadas dúvidas desse tempo:
- Onde guardas afinal, aquela colecção de desejos que reivindicavas,
pestanas coladas aos céus, em noites abafadas de verão?
Sabes o que guardo desse tempo? Alguns cheiros e outros pedaços
de pequenos nadas; que a mais ninguém dizem tanto,
--------------------------------------------------quanto a mim.
Somente os bares, tascas e outros cafés sobreviviam intactos,
porque nós crescíamos e anotava-mos toda e qualquer mutação
alcançada na singularidade de cada traço de cada gesto.
Guardei no entanto, desusadas dúvidas desse tempo:
- Onde guardas afinal, aquela colecção de desejos que reivindicavas,
pestanas coladas aos céus, em noites abafadas de verão?
Sabes o que guardo desse tempo? Alguns cheiros e outros pedaços
de pequenos nadas; que a mais ninguém dizem tanto,
--------------------------------------------------quanto a mim.
Transmite saudade e nostalgia não será como o poeta se sente?
ResponderEliminarFinalmente um poema personalizado!!!!Já não era sem tempo!!!! A cabeça das fãs deveria conceber muitos cenários esperançosos graças à divagação e transversalidade dos anteriores poemas... Será que, também, não seria essa a intenção???
ResponderEliminarÉ notório que existe nostalgia no estilo da escrita deste autor. Daquilo que vou lendo, parece-me que a nostalgia e a ilusão (metáforas, hipérboles, e outras figuras de estilo), são elementos poéticos bastante utilizados, desde os primordios da escrita, caso contrário, não haveria lugar a tamanhas e tão distintas interpretações.
ResponderEliminarPor outro lado, só se ilude quem não "possuí" algo, e quer possuir...
Li alguns dos poemas, e acho-os bem conseguidos, espero que continues a escrever.
R.O.
Não será bom para o poeta saber que transmite,
ResponderEliminarPaixão,Alegria,Tristeza,aos seus leitores?
Os poemas não são lindos, mas sim Belíssimos.bj
Tenho acompanhado em silêncio os poemas do Miguel, e considero que a sua evolução tem sido crescente. Não sou uma grande especialista em poesia, gosto de ler e conheço alguns autores. Apesar da minha pouca experiência na matéria, observo em certos comentários ocos, que há muita gente que comenta que parace entender bem menos que eu... Se é para comentar e dizer disparates, tipo o poeta é isto ou aquilo, o melhor mesmo é digerir os poemas em silêncio e passar despercebido.
ResponderEliminarBem hajas Mike, beijocas!
Susana M.
É assim mesmo!!!!Excelente!!!! DC
ResponderEliminarSempre me lembro de escreveres e cada vez o fazes melhor...Parabéns!
ResponderEliminarAinda não te agradeci a foto com o meu mano no Bibau! Está muito fixe, obrigado!
Beijinhos grandes
S.