terça-feira, 13 de outubro de 2009
CEGUEIRA DISFARÇADA
Seguiam cegos pelo caminho,
num destino incendiado pelo calor
das passadas irrequietas.
A monte, estava o amplo impulso,
saltava livre ou, aprisionado, seria?
Vivia aliás, ciente de estar amarrado
pela raiz brava, dum punhado de amor,
que ambos julgavam lhes pertencer.
Impuro e rude, assim era o ócio, com que
juntos brindavam e bebiam a jusante,
num refluxo que os prensava adiante.
Inauguraram frequentes garrafas
antigas & vertidas, de colecção;
na ressaca do entusiasmo, exibiam
as réstias da vidraça, junto ao velho
alpendre abandonado na casa.
Aquela cegueira disfarçada, sobrevivia,
em cada mão dada, vazia de sentido,
a cada erva espontânea, nascida no quintal.
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Há tanta gente nesta vida que se engana a ela mesma... Pessoas que colocam interesses fianceiros ou laborais, à frente de toda e qualquer realização pessoal...
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