Lembro-me perfeitamente do nosso primeiro
encontro. Estavas hospedada por favor,
a tua “senhoria” viajava para os Açores,
e tu ficarias entregue a ti própria,
voltarias a ser a Júlia da rua,
que o sr. Júlio alimentava.
Lembro de me teres pedido para te trazer,
claro que não hesitei, mas conto-te agora
um segredo: não foi o teu olhar que marcou
os pontos necessários no «score» da tua adopção,
até porque, havia já um destino que trabalhara
decisivo para nos cruzar assim:
numa forma tão casual.
Evadiste-te umas quantas vezes,
galguei telhados, chorei doenças,
lograste a tua sorte e a minha
sem nunca perderes a tua pose.
Sei que vais continuar a raspar-me na porta
aos sábados de manhã, que virás a meu
encontro e eu serei o pouso de um peito
entregue às balas no revólver que não usas.
Sei que em cada ronronar teu, mora também
um sentimento puro e cristalino;
um mecanismo automático que accionas
sem querer, nesse teu jeito tão pérfido
de ser – felina!
Gosto-te, assim.
encontro. Estavas hospedada por favor,
a tua “senhoria” viajava para os Açores,
e tu ficarias entregue a ti própria,
voltarias a ser a Júlia da rua,
que o sr. Júlio alimentava.
Lembro de me teres pedido para te trazer,
claro que não hesitei, mas conto-te agora
um segredo: não foi o teu olhar que marcou
os pontos necessários no «score» da tua adopção,
até porque, havia já um destino que trabalhara
decisivo para nos cruzar assim:
numa forma tão casual.
Evadiste-te umas quantas vezes,
galguei telhados, chorei doenças,
lograste a tua sorte e a minha
sem nunca perderes a tua pose.
Sei que vais continuar a raspar-me na porta
aos sábados de manhã, que virás a meu
encontro e eu serei o pouso de um peito
entregue às balas no revólver que não usas.
Sei que em cada ronronar teu, mora também
um sentimento puro e cristalino;
um mecanismo automático que accionas
sem querer, nesse teu jeito tão pérfido
de ser – felina!
Gosto-te, assim.
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