quarta-feira, 28 de julho de 2010
vizinhança
Na esplanada onde procuro café na vizinhança,
alguém de idade considerável revela, em género
de fórmula, os itens ou segredos de uma vida
até aos 100. Enuncia o segundo segredo,
pelo que concluo que a conversa já viria longa,
vinda de trás. Fala-se depois (numa rápida passagem)
em cães de raça, fixo: “dobermanns & rottweilers”
confesso não perceber tal despropósito, a não ser
pelo ainda inconsolável medo da morte.
São as conversas ou desconversas do costume,
alienados que estão pelo sufoco de quem parece
não ter mais nada a acrescentar na vida, a não ser
o medo que não esconde à noitinha em tom
de desabafo. Acabei por me centrar no resto de café
que ali me levava, matando também o resto do meu
interesse, no resto da passa que me resta no cigarro
_________________________________[por encerrar.
Foco-me ainda, uma última vez na mesa dos vizinhos,
vejo copos de cerveja fino ou imperial, conforme os gostos
modas ou modos de chamamento, dessa ordem que depois
chega ao apeadeiro no balcão. No regresso a casa surge
imediata ideia de escrever tal desinteresse. Temem a morte
mas tentam enganá-la, nos copos que emborcam antes de.
Pois é.
__________E não é que fazem bem?
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Fazem muito bem :)
ResponderEliminarOlá Maninha! Bom ver-te por cá!
ResponderEliminarTambém já visitei teu blogue (Alegre ou triste) e faz "already" parte da lista do barbitúrico nas "outras ligações interessantes"! :)
Parabéns pelo teu blogue e beijocas.
Já vi, obgd :)) Tb já te adicionei à minha lista. Gosto mt de poesia, mas não a sei escrever, por isso qq dia roubo um dos teus poemas para pôr no meu blogue. Pode ser? Bjins
ResponderEliminarOlá Maninha!
ResponderEliminarClaro que sim! :)
Podes "roubar" o poema que te aprouver...
Bjs