quinta-feira, 15 de julho de 2010
«flower»
Na volta da rua trago comigo
o travo ácido da língua,
por não saber redigir
a frase inteira do teu nome.
Olho-te num soslaio fraude, rápido,
como se o instante ido
hesitasse olhar-te de frente.
Na volta da rua trago
um punhado de pequenos nada,
um olhar vazio perdido nas montras
que ninguém vê. E perfume que guardei
sem porquê; e olhares desviados por desatenção,
timidez, não sei bem. Trago-te travada
por uma língua solta, numa rua revolta
em letras perdidas entre as sílabas dos bolsos,
misturadas nos trocos que não cheguei a gastar.
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Sempre tem o momento certo.
ResponderEliminarJefhcardoso do
http://jefhcardoso.blogspot.com
Fixa o teu olhar, na flor que vês ali naquele canteiro.
ResponderEliminarContempla-a, deixa que a sua pureza te dê uma resposta.
Fixa de novo o olhar, inala lentamente seu perfume;
deixa que se entranhe dentro de ti, não esvazies teu olhar!
Abandona a timidez e não a deixes ali, perdida num cantinho do canteiro.
Evoca o seu nome sem medo, transforma as trevas em luz,
e o trago ácido da tua língua, na doçura do mel.
Agora sim, conseguirás redigir a frase inteira do seu nome.
Uma ves mais parabéns por mais um belo poema.
Singelo e simultaneamente belo, o teu comentário.
ResponderEliminarObrigado, I.T. (Isabel Tavares?)