segunda-feira, 3 de agosto de 2009
ORDEM DOS ARACNÍDEOS
Seguimos nessa caminhada em direcção à multidão
ouve-se o rebuliço próprio dos festejos de rua.
Na ladeira a nosso favor, desnorteias a marcha,
invade-te uma vertigem repentina,
a carótida implode,
o fogo de artifício parece vociferar à tua existência.
Cresce em ti uma tensão incontrolável,
auscultas minuciosamente os sinais
emanados num pânico, que só tu sentes.
Os sons distorcem-se, as pessoas enfadam-te,
as luzes em desfoque causam-te agonia.
Ganha forma uma espécie de teia corrosiva,
que emaranhada todo o género de vítimas incautas.
Decides por fim, aceitar a tua frágil condição,
encaras a fatalidade do instante e convences-te
a seguir essa espécie de curso natural
que flui, numa cadência irregular.
O medo aterrador não subsiste no cenário que agora alimentas.
A respiração, regressa paulatinamente à sua marcha habitual,
«a morte (que encaraste de frente, olhos nos olhos,
como a um boi na arena) decidiu não te brindar»
descobres por fim, que nada, mesmo nada, ou pouco
haverá a fazer, quando essa rede de malha fina
te alcançar, verdadeiramente.
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Grande descrição do pavor e do medo, como tu dizes acabamos por desafiar sempre esse touro porque descobrimos que quando o momento chegar nada haverá a fazer. É um dos teus mais belos poemas. Beijinho
ResponderEliminarOLHA UM POEMA DEDICADO AS MINHAS FOBIAS PREFERIDAS:)) FOGO DE ARTIFICIO E ARANHAS BAHHHHHHH.
ResponderEliminarESTRANHAMENTE ADOREI A FORMA COMO FALAS DESTAS COISAS K AMIM ME CAUSAM PAVOR!! ATÉ AS TORNA BONITAS TALVEZ... NEM SEI...
BEIJOKAS
" morte é o repouso, mas o pensamento da morte, é o perturbador de todo o repouso "
ResponderEliminarFonte: "Il Mestiere di vivere" Autor: Pavese , Cesare
"A única coisa que devemos temer é o próprio medo "
Fonte: "Discursos" Autor: Roosevelt , Franklin