quinta-feira, 20 de agosto de 2009
A CASA, JÁ NÃO RESPIRA
Recordo da infância, aquelas manhãs quentes, de verões
bem passados em casa da avó paterna. O sono era leve,
fazia-se interromper por um qualquer motivo exterior à casa.
De um longo corredor, sobressaíam as velhas tábuas
enegrecidas e muito bem polidas no brilho do verniz.
Pequenos estalidos mágicos, reflectiam o percurso
de um aproximar que se adivinhava a cada manhã.
O «Fisto» (um gato negro de olhos amarelos torrados),
repetia aquele ritual sempre
--------------------------------que a avó abria a porta dos fundos.
Era uma espécie de despertador não oficial, um companheiro
que me procurava desinteressadamente, talvez instruído
pela própria necessidade de matar a solidão.
Trepava invariavelmente para cima da cama, passando depois,
a sua língua áspera de encontro ao meu rosto,
numa espécie de saudação matinal, que anunciava a sua afeição.
Aquele acordar, era um genuíno molde de um quadro feliz
que se encaixava por excelência, naquelas férias gordas de verão.
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Ai migo como é bom recordarmos a nossa infância!! Olha eu quase consegui ver um puto reguila a fugir nu nesse corredor!!!
ResponderEliminarA imagem do brilho da cera nas tabuas,o sol a brilhar fez-me pensar nas casas da aldeia quando se abria a porta e fora visualisava-se um jardim com flores lindas, os lanches debaixo das latadas, ...
Lindo amigo!!!
Beijão
aiiiiiiiiiiiiiiiiii que saudadades da infancia..........
ResponderEliminarbeijosssssssssssssssssss
Ternura e sensibilidade da memória. :)
ResponderEliminarconsegues manter "presente e vivo" este momento da tua vida ( suponho ),
ResponderEliminarquase como "capturado" e guardado numa bela redoma de vidro para ser revivido, sempre que a vontade de criança, de ser aconchegado e ter colo, chega :)